quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uma pequena história

Ela acordou com aquela sensação estranha de que não tava no lugar certo. Ele já não estava mais na cama, ela ouvia barulhos vindos do andar de baixo, mas a preguiça e aquela sensação a mantinham presa na cama. Ela decidiu ler um livro. De repente ele apareceu na porta, bandeja de café da manhã na mão. Há quanto tempo eles não tomavam café na cama? Ela não lembrava, mas a sensação diminui. E eles riram, e se beijaram. Rolaram na cama. Trocaram confidências. Confidências, não juras de amor. Havia um pacto silencioso entre eles, nunca combinado, mas subentendido. A tatuagem no seu braço esquerdo e o anel na mão direita dele, naquele momento, eram o suficiente. Nos últimos dias ela andava com a cabeça cheia, e o coração também. Se sentia perdida, e não sabia explicar exatamente o porquê, mas sabia que apesar da sensação de não estar no lugar certo, ali ela estava mais calma. Talvez fosse o abraço, dizem que abraçar tem esse poder. Foi uma tarde agradável. Talvez diferente das antigas, mas muito melhor que as solitárias. E quando chegou a hora do adeus, ali parada na porta, depois de fechada, com aquela sensação ainda, ela pensou em algo inusitado. Pensou que talvez ela estivesse no lugar certo o tempo todo. Os outros lugares que eram errados.

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