quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pesadelo

Acordou assustada, tivera um pesadelo. Quando levantou sentiu vertigens, o mundo girando, um vazio no estômago. Sentia as lágrimas começarem a brotar. Colocou a mão sobre o peito, tentando se acalmar. Se foi um pesadelo porque o mal-estar era tão forte e não se dissipava? Porque seu corpo sofria tanto com algo que dentro de alguns instantes sua mente não lembraria mais? Tentou buscar outro motivo. Pensar na noite anterior. Lembrou da bebida, das conversas, dos risos, das danças, dos olhares oblíquos, das vozes dissimuladas, da sensação de confiança misturada com a de medo. E então se lembrou da única coisa que queria esquecer. E chorou copiosamente, como uma criança pequena perdida da mãe. E quando perguntei o que era, balançou a cabeça, sem dizer uma palavra, como quem diz “Não vale a pena”. E então ergueu o rosto e sorriu. Um sorriso triste, daqueles pra quem tenta buscar um consolo interno pra uma coisa inconsolável. Eu não sei o que era, não estava na cabeça dela e ela nunca quis me contar. Mas sabia que podia ser qualquer coisa, menos um simples pesadelo.

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